Título Original: Freier Fall
Título no Brasil: Queda Livre
Ano de Lançamento: 2013
Direção: Stephan Lacant
Duração: 97 minutos
Classificação: 18 anos
Gênero: Drama
Países de Origem: Alemanha
Os filmes de temática
homossexual crescem mais a cada dia, mas poucos conseguem sair do clichê
erótico. A história é quase sempre a mesma: dois rapazes,
envolvidos em atividades extremamente másculas, vão adentrando em
um jogo de sedução. O primeiro, já manjado e familiarizado com o
ambiente gay, na maioria das vezes muito bem resolvido; o segundo, um pai
de família que se vê perdido com as novas descobertas que o
atormentam. Além das sombras internas que precisa lidar durante toda
a história, ainda há o julgamento dos amigos, colegas e
familiares.
O roteiro te soa familiar?
Há quem diga que Queda Livre é uma resposta alemã para O Segredo de BrokebackMountain - que também poderia se chamar tranquilamente Queda Livre,
por que não? Os mesmos conflitos, o mesmo penhasco de emoções, a
mesma desestruturação. Os protagonistas são diferentes,
mas também esplendorosamente belos. Mesmo se compararmos as duas histórias, chegaremos a conclusão que, no íntimo, nas entranhas, pouca coisa mudou desde os anos 60 para cá.
No entanto, o filme
consegue ser delicado e forte em alguns momentos. Como na cena do
chuveiro entre Marc (Hanno Koffler) e sua mulher Bettina (Katharina Schüttler), ou entre o mesmo e um companheiro
de profissão, homofóbico e inconformado por dividir espaço com
gays na corporação, no vestiário. A película nos levanta as
mesmas questões de sempre: por que deveria alguém sentir raiva de
um homossexual de forma tão doentia? No que isso implicaria?
Marc precisa lutar
entre a vergonha, a confusão mental, o preconceito e o desejo que sente. Ele
reluta, mas não resiste às suas tentações, sentindo raiva dele
mesmo e de Kay (Max Riemelt), por ter despertado isso nele.
Como
uma vida sem muitos conflitos pode virar de cabeça para baixo de
repente, devido a um instinto incontrolável? Em que lugar se
segurar quando se encontra assim, caindo em algo sem volta, quando todos
retiram as mãos e só resta você no abismo? Às vezes, porém, é preciso
"morrer" para nascer mais forte.
Freier Fall ganha pontos por possuir um ótimo elenco, que se entrega
com garra aos seus papéis, e uma linda fotografia que enaltece esse
drama de amor proibido em tons pálidos e nevoeiros que se misturam com a cabeça cheia de dúvidas do protagonista. Muitos silêncios e pensamentos não compartilhados de personagens complexos e bem construídos dão vigor a obra, tornando-a de certo modo diferenciada.
Merece ser visto, mesmo que seja muitas vezes algo familiar aos nossos olhos.
NOTA DO CLUBE: 7,5.
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