segunda-feira, 5 de maio de 2014

JOVEM E BELA (Jeune & Jolie , 2013)


Título no Brasil: Jovem e Bela
Título Original:
Jeune & Jolie
Ano de Lançamento:
2013
Gênero:
Drama
País de Origem:
França
Duração:
95 minutos
Direção:
François Ozon

Jovem e Bela (Jeune & Jolie , 2013) se inicia com um plano subjetivo: o contorno de um binóculo enquadra uma moça, jovem e bela, que se banha no mar e que, depois de algum tempo, sai da água. O binóculo, sempre trêmulo, acompanha cada passo da garota. Ela segue até a toalha, se desfaz da parte de cima de seu biquíni e deita relaxada, se deixando queimar pelo sol. A câmara se agita e nós também, curiosos para saber quem está por trás das lentes. Vamos para o segundo plano, agora objetivo. Vemos um menino pré-adolescente entre os arbustos. É revelada a identidade física do observador. Terceiro plano: olhamos de cima para a moça com os seios de fora. De repente entra em cena a sombra de uma mão que vai percorrendo seu corpo, que lhe cobre o peito e que continua até o pescoço e rosto. Ela acorda sobressaltada com a sombra que a envolve. É o garoto do binóculo que lhe queria pregar uma peça. A jovem se veste, irritada. Ele é, contrariando todas as suposições da plateia, apenas seu irmão. Afinal nada havia de sexual na cena, mas a história nos leva até esse intuito propositalmente.
Conhecemos Isabelle, uma jovem de 17 anos que, ao longo das quatro estações de um ano, vai sofrendo transformações. Ela se prostitui, mas sabemos que não é por falta de dinheiro. O que verdadeiramente a leva a entrar neste jogo perigoso é o que o diretor François Ozon nos desafia a descobrir o tempo todo.
Isabelle é, percebemos isso desde o começo da trama , uma jovem intensa, provocadora e de pouquíssimas palavras. Tem, inclusive, uma imensa dificuldade em se relacionar de maneira afetuosa com as pessoas. A não ser com o irmão, por quem ainda demonstra um pouco de carinho. Ainda assim, a questão permanece: o que faz uma linda mulher, que tem família, dinheiro e que pode ter o rapaz que desejar (ela rejeita todos) a fazer esse tipo de coisa? Que tipo de vazio atormenta a personagem? Ela procura perigo? Vê algum fetiche na situação? Perto do final, o texto parece nos dar uma possível resposta, mas vai do público tirar sua própria conclusão. Ou não.

A atriz Marine Vacth nos oferece essa carga de apatia constante e solidão interior. Sem pudores, ela dá forma e alma a essa prostituta que parece não saber qual é o seu lugar no mundo.

NOTA DO CLUBE: 7,0.  

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