terça-feira, 29 de abril de 2014

MINHA IRMÃ (L'enfant d'en Haut), de Ursula Meier (França/Suíça, 2012)


Diretor: Ursula Meier
Elenco:
Léa Seydoux, Kacey Mottet Klein, Martin Compston
Roteiro:
Antoine Jaccoud, Ursula Meier
País de Produção:
França/Suíça (2012)
Tempo de Duração: 100 minutos
Classificação:
Não recomendado para menores de 14 anos
Gênero:
Drama

“Por que você rouba?”, pergunta um chef de cozinha irritado ao encontrar Simon (Kacey Mottet Klein) roubando equipamentos de esquis na despensa do restaurante. Inquietantemente imperturbável, o menino Simon dá de ombros: “Não sei. Para comprar coisas. Papel higiênico, leite, pão.”
Situado nos Alpes Suíços, “Minha irmã” conta a história de um garoto que, vivendo com a irmã mais velha (porém mais irresponsável) com quem divide um apartamento no subúrbio, sai de casa todas as manhãs e sobe até a luxuosa estação de esqui quilômetros acima, tudo por meio de um teleférico. Lá ele rouba equipamentos caros dos turistas que visitam o local para depois vendê-los para as crianças do seu bairro. Desse modo, vai fazendo negócio e resolvendo as necessidades diárias de seu lar. Não há notícias do que acontecera com seus pais.
Durante os furtos que pagam  até mesmo as roupas da irmã que chega a ficar dias sem aparecer em casa, Simon usa óculos escuros e se mistura casualmente com os clientes da classe alta. No “mundo abaixo”, trata dos equipamentos com cera e outros artifícios para deixar tudo com melhor aparência e poder vender com mais facilidade.
A descrição desta economia paralela de um pré-adolescente é o ponto mais forte do filme, e isso a diretora Ursula Meier faz com extrema delicadeza em suas cenas tocantes. Outra coisa que chama atenção é a lentidão das cenas, mas por vezes necessária para mostrar a vida arrastada daquele garoto e sua solidão, mesmo quando o falatório e alegria dos turistas estão em evidência.
O cenário exprime-o perfeitamente, como mostrador da miséria e da relação entre pobres e ricos, separados não por uma favela ou coisa do tipo, mas por um monte; exprime-o também pela imensidão branca e luminosa do topo, oposta à penumbra que é o território natural do pequeno ladrão. Todas as cenas com o menino em ação, apanhando skis, mochilas, protetores, fazendo as suas negociações, ou ainda mantendo relações com alguns dos turistas que futuramente serão furtados, são impecáveis. Ele soa como um aprendiz de batedor-de-carteira descobrindo suas habilidades e se orgulhando disso, tornando o roubo como compulsão além da necessidade.
A relação com a irmã é dolorida, vazia e distante como a montanha branca. A história inteira é. Pessoas esperando pelo florescer da primavera de suas almas.


NOTA DO LANTERNINHA: 9,0.

 

Um comentário:

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